Lembrai-vos dos Sex Pistols
Professor-titular de História Moderna e Contemporânea da UFF faz considerações sobre as recentes revoltas na Grã-Bretanha
Luiz Carlos Soares
Muito tem se falado e discutido sobre as recentes revoltas que abalaram  as principais cidades da Grã-Bretanha no início deste mês de agosto.  Especialistas são convocados para dar a sua opinião acerca dos fatores  que “causaram” as riots (como os britânicos designam as revoltas em geral) e as medidas que poderão ser tomadas para evitá-las futuramente.
 	A grande maioria dos entrevistados tende a opinar de acordo com a voz  dominante da imprensa e da política britânicas, no sentido de vê-las  como movimento de “arruaceiros” e “criminosos” contra a “tranquilidade  pública”, com seus ataques a determinados prédios e estabelecimentos  comerciais. Já as vozes discordantes da cantilena oficial, como o  jornalista e escritor Tariq Ali, indicam em geral que, na raiz dos  problemas, está a política de desmantelamento do estado de bem-estar  social executada por governos neoliberais, desde o início dos anos 1980,  com a conservadora Margareth Thatcher, passando pelo “Novo Trabalhismo”  de Tony Blair e Gordon Brown, até chegar ao conservador David Cameron,  que aboliram uma série de benefícios sociais, criaram uma situação de  desemprego elevado (sobretudo entre os jovens) e atacaram os sistemas  públicos de educação e saúde, levando-os a uma significativa perda de  qualidade e capacidade de atendimento efetivo à população.
 	Sem querer negar os elementos apontados pelas vozes críticas, gostaria  de trazer um outro elemento para este debate, também apontado pelo jovem  escritor britânico Owen Jones, autor do livro “Chavs: the demonization  of the working class” (“Chavs: a demonização da classe trabalhadora”),  que focaliza a tendência, cada vez mais crescente, de seus compatriotas,  de certos setores da mídia e da intelectualidade conservadora, de  transformar a classe trabalhadora em objeto de medo (criminalizando seus  comportamentos sociais) e escárnio (ridicularizando seus hábitos de  consumo e estilo de vida). Além disso, Owen Jones aponta que esta  tendência está claramente enraizada na cultura política dominante na  Grã-Bretanha, que, por sua vez, reflete uma rígida estrutura de classes,  onde a ascensão dos segmentos mais pobres é bastante limitada.
 	É sobre esta linha de raciocínio que gostaria de me debruçar.
Retirado do site:www.revistadehistoria.com.br
Em O veneno está na mesa, lançado no último dia (25) no Rio de Janeiro, o documentarista mostra que o Brasil está envenenando diariamente sua população a partir do uso abusivo de agrotóxicos nos alimentos. Em um ranking para se envergonhar, o brasileiro é o que mais consome agrotóxico em todo o mundo, sendo 5,2 litros a cada ano por habitante. As consequências, como mostra o documentário, são desastrosas.Em entrevista exclusiva ao